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terça-feira, 11 de junho de 2013

Com investidores, Nacional-SP sonha com compra do Audax

Reunião ainda nesta semana pode selar negociação entre os clubes

São Paulo, SP, 10 (AFI) - A provável extinção do Audax começou a atrair atenção de outros clubes, de olho na vaga do clube na elite do futebol paulista. Nos próximos dias, o Nacional, um dos clubes mais tradicionais do futebol paulista, deve apresentar uma proposta para comprar o braço esportivo do Pão de Açúcar e ficar com a vaga no Paulistão.
Longe da divisão de elite há mais de 20 anos, o Nacional marcou uma reunião para a compra do Audax nos próximos dias. O clube é apoiado por um grupo de investidores que não foi revelado. O Audax confirmou as sondagens pela compra, mas não entrou em valores envolvidos.
"Estamos na segunda divisão do Campeonato Paulista e queremos voltar para a primeira. O caminho mais curto é comprando o Audax", afirmou o presidente do clube, Ayrton Santiago (foto), ao jornal Estado de S. Paulo.
O principal entrave na negociação é justamente o Audax do Rio de Janeiro, também da elite do seu Estado. A proposta envolve apenas parte paulista. O Nacional e o grupo de investidores não querem, a príncipio, envolver os cariocas na negociação, mas não descartam expandir a marca.

Queira ou não, o Audax é um dos maiores contribuintes do Nacional. O caçula do Paulistão é o maior gerador de receita para o co-irmão, já que aluga o Nicolau Alayon para disputar suas partidas. Esta proximidade pode ajudar na negociação entre as partes.
"O nosso interesse maior é em São Paulo, mas o grupo de investidores que está com a gente é muito forte. Vamos escutar as pessoas", completou o dirigente.
O interesse começou depois que o Grupo 
Casino
, dono do Pão de Açúcar, colocou os dois times de futebol à venda. Alegando que os gastos aumentariam com os clubes na elite de seus estaduais, o conglomerado francês anunciou o fechamento das equipes e a venda no mercado.

Normal em São Paulo
A venda, caso ocorra, não será a primeira no futebol paulista. Em 2010, durante a mudança do Grêmio Barueri para Presidente Prudente, a prefeitura da cidade da Grande São Paulo comprou o Campinas, dos ex-jogadores Careca e Edmar, para pular a disputa da Segundona.
Recentemente, o Comercial, administrado pelo advogado Nelson Lacerda, não conseguiu o acesso à Série A2 do Paulistão e acertou a compra da vaga do Votoraty. Sendo assim, o time de Ribeirão Preto fechou as portas da equipe da Grande Sorocaba e ficou com a vaga na segunda divisão.
Modelo de clube-empresa
O Audax é um modelo a ser seguido por outras agremiações. O clube, que tem orçamento de R$ 20 milhões anuais, oferece uma excelente estrutura para os mais de 500 jogadores e 500 famílias. Além dos salários, os atletas recebem assistência médica e odontológica, aulas de inglês e seguro de vida. Já os jovens da base tem ajuda de custo, vale-transporte e recebem cuidados com a formação escolar.
Com essa tamanha estrutura, que também conta com um centro de treinamento com alojamentos, fisioterapia, salas de estudo e recreação, departamento de fisiologia e médico, piscina aquecida, rouparia e auditório, o Audax revelou um dos atletas mais cobiçados do futebol brasileiro atualmente. O volante Paulinho, atualmente no Corinthians e convocado para a Copa das Confederações para defender a Seleção Brasileira, que iniciou sua carreira no Audax, clube que ainda detém 50% dos seus direitos econômicos.
Tudo isso está sendo deixado para trás, pelo controlador da rede de supermercados, o grupo francês 
Casino
, que considera que o Audax já conquistou o seu objetivo no meio de futebol, bem na hora em que o time poderia alçar vôos maiores, como sonhar em disputar o Campeonato Brasileiro da Série D. Desejo do clube paulista.

Segundo a assessoria de imprensa do Grupo Cassino, o ciclo do Audax está completo e como ambos os times estão na elite dos seus respectivos Estaduais gerariam mais recursos e especialização, o que foge do foco do grupo, que é voltado ao varejo e distribuição.

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