O
Instituto Memorial do Salto Triplo (IMST) receberá, a partir de 1º de junho,
quadro em homenagem ao medalhista olímpico João do Pulo. A obra de Giuseppe
Ranzini representa o salto do atleta que rendeu o recorde mundial da prova nos
Jogos Pan-Americanos de 1975, na Cidade do México. O trabalho do artista está
em destaque na exposição Coletiva de Arte ‘Atletas negros que marcaram o século
XX’, no Hotel Mercure São Paulo Paulista e será doado ao IMST no final do mês.
Além de João do Pulo, outro ícone da modalidade, Adhemar Ferreira da Silva,
também ganhou um quadro.
"Para
o Instituto Memorial do Salto Triplo, a obra é um reconhecimento por todo
trabalho de recuperação da memória da modalidade. É uma homenagem prestada aos
atletas do passado, estimulando toda uma geração que surge", diz o
presidente do IMST, Luiz Roberto Rodrigues. "Receber o quadro de um dos
maiores atletas brasileiros de todos os tempos não tem preço. Nosso acervo
ainda é pequeno, mas a cada ano recebemos mais objetos e memórias que retratam
o salto triplo e seus ícones. O IMST foi criado para preservar a prova que mais
rendeu medalhas olímpicas ao País."
João do Pulo aos olhos de Ranzini
A campeã
olímpica Maurren Maggi foi uma das convidadas de honra da mostra. A atleta
tirou fotos ao lado do quadro e reconheceu a importância da homenagem.
"Espero, um dia, ganhar uma obra como essa. São exposições que marcam a
história do nosso esporte e todos devem prestigiar", afirma Maurren Maggi,
campeã olímpica em Pequim/2008.
A atleta
também gostou do outro quadro da mostra, o que retrata um salto do bicampeão
olímpico Adhemar Ferreira da Silva. "São-paulino e meu ídolo. O Adhemar
inspirou a minha carreira. É merecido. Eu tirei a foto no meio das duas
obras" conta Maurren.
Integrantes
da nova geração das provas do salto triplo e distância, Caio Cesar, Kauam
Kamal, Claudine Paola Gimenes e Jonathan Henrique visitaram a exposição em São
Paulo, acompanhados pelos mais experientes Jefferson Sabino e Maurren Maggi. A
maioria deles fez sua estreia em mostras desse tipo.
"É a
primeira vez que vejo uma obra que retrata o esporte. É claro que vendo os
quadros dos atletas, penso um dia em ser retratado, mas é preciso ainda
construir uma história. Tenho muitos saltos pela frente", atesta Jonathan
Henrique, uma das promessas do atletismo brasileiro para 2016.
Os
atletas atuais reconhecem a importância de João do Pulo e Adhemar Ferreira da
Silva para o esporte nacional. "Eles foram os heróis do salto triplo
brasileiro e, mais do que isso, do atletismo. Suas medalhas, recordes e
conquistas inspiraram gerações", lembra Kauam Kamal.
Caio César, Kauam Kamal, Claudine Paola, Giuseppe Ranzini,
Maurren Maggi, Jefferson Sabino e Jonathan Henrique
Arte disciforme - O quadro
foi pintado, segundo Giuseppe Ranzini, no estilo arte disciforme, ou seja, uma
expressão artística baseada na utilização da imagem de discos com acabamento
tridimensional. "Para se inspirar nas celebridades do atletismo, é preciso
conhecer um pouco sobre a vida deles. Quando fui convidado a participar da
exposição, fui pesquisar sobre os feitos dos atletas. Fiquei emocionado com a
história do João do Pulo, que infelizmente perdeu a vida muito cedo. Foram
cinco dias de imersão", disse, emocionado, Giuseppe Ranzini.
Mais sobre João do Pulo - João
Carlos Oliveira nasceu em Pindamonhangaba (SP) em 1954 e brilhou nas pistas
pelo mundo. O atleta foi recordista mundial do salto triplo por 10 anos e subiu
ao pódio olímpico duas vezes: bronze (Montreal/76) e bronze (Moscou/1980). O
atleta tem quatro ouros pan-americanos. Um deles 1975, na Cidade do México, em
15 de outubro de 1975, resultou no recorde mundial da prova (17,89 m). João do
Pulo morreu aos 45 anos, em 1999.
Atletas negros - A
exposição Coletiva de Arte ‘Atletas negros que marcaram o século XX’ termina no
dia 31 de maio. As obras destacam, além de João do Pulo e Adhemar Ferreira da
Silva, outros ícones mundiais como Jesse Owens, Pelé, Garrincha, Nelson
Prudêncio e outros esportistas. O evento é uma iniciativa da Associação
Desportiva e Cultural Atletas do Bem em parceria com o Mercure São Paulo
Paulista. A mostra, com entrada franca, pode ser vista no hotel, localizado na
Rua São Carlos do Pinhal, nº 87, Bela Vista.
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