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sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Coutinho revela ter preferido cervejinha e pelada na praia a ter chance de brilhar na Copa de 70


José Ricardo Leite 

Do UOL, em São Paulo
    Félix; Carlos Alberto, Brito, Piazza e Everaldo; Clodoaldo, Gérson e Rivelino; Jairzinho, Tostão e Pelé. Um dos times mais lembrados na história do futebol e, para muitos, o melhor que já passou pelo planeta. Desfilou futebol arte para ganhar a Copa de 1970, no México.

Para muitos, fazer parte desse time seria uma honra. Mas, um jogador que já havia participado de outra equipe histórica, preferiu não se esforçar e preteriu uma oportunidade, para muitos de ouro, para adentrar nesta formação.

Coutinho, famoso pela dupla com Pelé nas inúmeras conquistas do Santos na década de 60, diz que preferiu tomar uma cervejinha e bater sua bola na praia, no canal 2, na cidade da Baixada, do que ralar para ter chance de brilhar na equipe.

MAIS SOBRE COUTINHO

  • Folhapress
    Antônio Wilson Vieira Honório, mais conhecido como Coutinho, chegou a jogar uma Copa do Mundo pela seleção brasileira, em 1962. Foi reserva do time. Famoso pela parceria com Pelé, ganhou no Santos, entre outros títulos, seis Campeonatos Paulistas, duas Libertadores, dois Mundiais Interclubes e cinco Taças Brasil
Em sua biografia “Coutinho, o gênio da área”, escrita pelo jornalista Carlos Fernando Schinner, o eterno ídolo santista revela um convite inusitado que recebeu, em 1969, pelo então técnico da seleção brasileira, João Saldanha, para jogar o Mundial de 1970.

Saldanha, que depois seria substituído por Zagallo, estava preocupado com um problema médico que o atacante Tostão sofria naquele período. Achava difícil tê-lo no Mundial e já procurava um substituto.

Em 1969, Coutinho pouco jogou pela Portuguesa e, após lesão, apenas disputava peladas na praia do canal 2, em Santos com a “turma do doutor Miguel”. Este era quem levava a bola e os coletes para dividir os times. Depois, rolava sempre uma sagrada cervejinha entre os participantes.

Coutinho relata que depois da pelada, quando estava no bar, foi surpreendido por um sujeito magro e falante, vestindo camisa social e sem gravata. Era João Saldanha, que se dirigiu ao atacante e pediu para conversar com ele, de maneira urgente.

“E ai professor, está perdido aqui?”, indagou o craque. O técnico não se impressionou com a imagem decadente e em um bar de um Coutinho sem camisa e acima do peso. Disse que o queria na Copa de 1970 e tentou motivar o famoso parceiro de Pelé nos tempos de Santos. “Preciso de você para compor o ataque da Copa. Não vejo ninguém para substituir o Tostão”, falou Saldanha.

Mas Coutinho negou o convite por estar mais preocupado em tomar uma gelada com os amigos do que voltar a jogar profissionalmente em alto nível. “Eu não estava a fim de jogar bola [profissionalmente]. Não estava mais a fim. Meu negócio era jogar na praia e tomar uma cervejinha. E estava tudo certo assim”, falou Coutinho, em entrevista ao UOL Esporte.

Mais de quarenta anos depois do mítico time, Coutinho diz não se arrepender em nada. “Não estava mais jogando profissionalmente. Queria jogar em frente à praia e tomar a gelada no bar depois. Não me arrependo de nada e já tinha feito o que queria fazer.”

Depois de negar educadamente o convite, Coutinho ainda ouviu um pedido de Saldanha para que sugerisse um nome para compor o ataque com Pelé caso Tostão não se recuperasse. “Indiquei o Dirceu Lopes. Mas o Tostão acabou se recuperando e foi”, lembra Coutinho.

O sonho de Saldanha, no entanto, seria enterrado após sua demissão da seleção. Foi substituído por Zagallo, que comandou a equipe que foi tricampeã do mundo nos gramados mexicanos.

Tostão se recuperou e acabou sendo titular da equipe. Como opção para o ataque, Zagallo convocou Dadá Maravilha, que havia sido pivô de polêmica na passagem de Saldanha. Este chegou a reclamar que o então presidente da república, Emílio Garrastazu Médici, sugeria nomes para a seleção, entre os quais, o de Dadá. Saldanha morreu em 1990.

Entre outras coisas, Coutinho conta em sua biografia ter visto uma discussão entre Mauro e o técnico Aymoré Moreira, antes da Copa 1962, em que o zagueiro exigia ser titular. O ex-atacante do Santos diz ter acompanhado tudo atrás de uma árvore.

Bellini, capitão na Copa de 1958, era antes do Mundial o preferido do treinador , que acabou, depois colocando Mauro como titular e consequentemente como capitão do time.

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